A mente autista desafia pessoas sombrias

Pessoas sombrias... qual relação elas estabelecem com os autistas?

Anos se passaram após o meu primeiro artigo sobre autismo. Sei que ando silencioso, mas continuo envolvido na militância autista.

Tenho trabalhado, atualmente, para educar as pessoas sobre o autismo como super poder. É a idea que a Greta Thunberg ajudou a divulgar, lembra? Aquela que envolve o hiperfoco e hiperracionalidade da mente autista.

Se a minha hipótese estiver correta, o a hiperracionalidade da mente autista leva, em regra, à adesão a regras de humanidade. Autistas tendem a não ter dificuldade em seguir e defender uma ética.

Aliás, é assim que a mente autista funciona na socialização: masking para se adaptar ao trato social e espontaneidade ética em momentos propícios.

Os autistas conseguem caminhar sem dificuldades em ambientes amigos e inclusivos. Em contextos viciados, entretanto, eles respondem com explosões de meltdown, como uma resposta à irracionalidade social.

A adaptação autista à ambientes sociais éticos é suave, desde que exista uma comunicação eficiente e respeito aos seus padrões comportamentais.

Por outro lado, autistas tendem a ser explosivos ao mau-funcionamento das coisas, principalmente quando isso envolve arquitetos da tríade sombria.

Photographer: Martino Pietropoli | Source: Unsplash

Personalidades obscuras identificam autistas como inimigos

Pessosa sombrias, que agem em torno da tríade sombria do narcisismo, maquiavelismo e psicopatia, identificam autistas como presas, porque a mente autista tende a funcionar de modo oposto, principalmente em relação ao superego.

Um autista hipereducado, inclusive, para pessoas sombrias, é presa de elite. Se o transtorno de personalidade predominante é a psicopatia, a regra é que se estabeleça uma relação de arqui-inimigos.

Existem duas relações fortes entre psicopatas e autistas hipereducados: uma de similaridade e a outra de dissonância—a mente de ambos funciona de modo hiperracional; a mente autista tende a defender padrões sociais, enquanto a psicopática os desconsidera para atingir os seus objetivos.

A relação de contrastes se dá com os autistas carregando a tríade de luz: fé na humanidade, humanismo e moralidade.

É natural que o hiperfoco e a hiperracionalidade dos autistas identifiquem os benefícios das éticas e defendam e insistam em ter fé na humanidade, porque são mais ingênuos diante do mundo.

Pessoas sombrias, então, verão o autista como um desafio. Quanto mais educado, mais atrativo. Quanto mais iluminado pela tríade de luz, mais sedutora e elitista será a relação de arqui-rivalidade.

As tendências da dualidade entre pessoas sombrias e autistas não são absolutas

Eu não estou defendendo um elitismo autista e nem estou afirmando que a relação de dualidade entre pessoas sombrias e autistas ocorrerá sempre. Estou identificando tendências, apenas.

Autistas também podem ter transtorno de personalidade, afastando a tríade de luz. As menos incomuns serão o narcisismo e a borderline. O primeiro pode advir dos hiperfocos e da dinâmica da inteligência, o segundo é demasiadamente histórico e contextual.

Porém, podemos dizer, ao menos, que psicopatia, sociopatia e personalidade histriônica são excêntricas em autistas, se não impossíveis.

A atração de pessoas sombrias também não é algo elitista no mundo autista. Eu não canso de dizer que controle das características da mente autista é uma questão de educação. Ninguém nasce superautista. Torna-se.

Ademais, ninguém é obrigado a seguir o caminho do autismo como superpoder. Isso é uma opção, que envolve sacrifício e mentalidade de luta.

Cada um escolhe como viver, mas já passou da hora da comunidade autista valorizar a sua vanguarda. Autistas hipereducados impressionam o mundo e são importantes para o avanço humano.

Não deixem a tríade de luz abandonada ou ela terá problemas para lidar com as sombras.


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